“Um Abraço”
Sou filho de Moura morta
De cruzados sou herdeiro,
Nasci em casa sem porta
De um tempo que já não volta,
O tempo nasceu primeiro
Sou rebelde e apaixonado
Só vivo para o teu olhar,
Na planície encontrado
Vivo nele mergulhado,
Sem medo de me afogar
Nasci de maneira igual
Como nasce um ditador,
Como nasce um vendaval,
Vim ao mundo em Portugal
Entre lágrimas e suor
Saltei ribeiros e valados
Banhei-me no Guadiana,
Por este sol fui queimado
Vivo de sonos sonhados,
Nesta terra Alentejana
Em lençóis de palha me deitei
Pelas estrelas abrigado,
Fui o que sempre serei
Não serei bobo nem rei,
Talvez nem seja soldado
Os chaparros vi crescer,
Há sombra de uma palmeira
Quis de saudades viver,
Ver o castelo e morrer,
Haverá melhor maneira?
Jorge Caraça
Jorge Caraça, Alentejano, Poeta..Sou também Alentejano, já escrevi alguns poemas sobre o Alentejo e não os coloquei ainda no meu Blog. Jorge veio preencher essa lacuna. Obrigado pelo seu poema, ele fica aqui junto ás imagens desse Alentejo onde também nasci...
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